Um case recente sobre Virtualização + iSCSI Quando Andre Lima assumiu a gerência de tecnologia da informação da Eximbiz, empresa de comércio exterior com sede no Espírito Santo, o desafio estava claro: arrumar a infraestrutura interna da TI e mapear os contratos de serviços. Mais do que isso, o objetivo do gerente era provar que a área é digna de confiança. Os primeiros seis meses correram bem. De acordo com ele, a implementação de projetos como a estruturação de um service desk e as melhorias na estabilidade dos sistemas que viviam caindo começaram a mudar a percepção de toda área de tecnologia. Tudo ia bem até que um dos oito servidores, o mais robusto deles e aquele que rodava o Active Directory (AD) da Microsoft, teve um problema em seu disco RAID. A empresa terceirizada responsável pela manutenção não só alertou para a possibilidade de falha, como também não conseguiu recuperar a máquina. A equipe interna de TI correu para recuperar os dados e colocar os sistemas de volta no ar, mas – com a estrutura de tecnologia da empresa – a operação foi lenta e trabalhosa. Resultado: uma semana de parada com instabilidade em vários sistemas de tecnologia. Após o incidente, conta o gerente de TI da empresa, uma grande reestruturação foi feita a toque de caixa. A principal mudança foi a compra do storage Dell iSCSI, com 2,4 TB de capacidade, e a virtualização dos oito servidores com a ferramenta gratuita da VMware. Além disso, os servidores receberam atualizações menores em memória e placas. “Tivemos que fazer a reestruturação com o mínimo de dinheiro possível”, diz. Ele acrescenta: “Fizemos chover com uma única gota”. A Eximbiz contou com o apoio da Brasp para a implementação do projeto, que levou três meses e custou cerca de R$30 mil. “Pedimos uma solução simples e barata. O nosso maior objetivo era evitar que aquele tipo de incidente se repetisse”, diz Lima. O gerente de TI confessa que teve receio de trabalhar com um parceiro Dell, mas essa dúvida acabou no dia-a-dia da implementação. “Todo o nosso parque é Dell e sempre trabalhamos diretamente. Mas a desconfiança acabou quando a Brasp nos entregou mais do que esperávamos”, garante. Guilherme Curcio afirma que o projeto da Eximbiz envolveu não apenas virtualização, mas também a definição de uma nova política de recuperação de dados que aproveitou os equipamentos existentes e deu mais segurança. “Hoje, a Eximbiz não só tem mais confiança no seu backup como também consegue mais disponibilidade por rodar o seu servidor virtual em três máquinas físicas diferentes”, diz. O parceiro acrescenta que agora eles possuem contingência de todos os dados. “O nível de disponibilidade atual era impensável com o que eles tinham antes. Agora, a Eximbiz também tem uma flexibilidade enorme para ativar ou desativar determinados serviços por conta da sobra de capacidade de processamento. Fica mais fácil realizar testes antes de criar serviços sem precisar comprar máquinas novas”, completa. Guilherme destaca também a economia de energia Elétrica no consumo das máquinas e do ar condicionado. Lima, que acaba de completar uma ano no cargo, relata que, antes da quebra do disco RAID, já tinha projetos para uma mudança profunda na infraestrutura de tecnologia da companhia. Mas o incidente colocou todos esses planos na gaveta. “Minha ideia era transformar a área de TI em um prestador de serviços, como se fosse terceirizada. A diretoria teria um cardápio de serviços disponíveis e bastaria escolher quando nascesse a demanda”, relata. Lima conta que teleconferência e RFID estavam entre os 13 temas que ele imaginou. “mas após o incidente, foi tudo congelado”. Isso não significa, contudo, que a reestruturação parou na Eximbiz. Depois da consolidação dos servidores com a versão gratuita do software de virtualização da VMware, a empresa prepara a compra do VMware Essential Plus em busca de novas funcionalidades. “Vamos investir US$ 15 mil no software para ter backup online e poder migrar os serviços entre máquinas físicas sem precisar tirá-los do ar”, conta. A previsão é concluir a compra nos próximos três meses. Além disso, o departamento de tecnologia da Eximbiz também estuda estender a virtualização dentro da companhia. Lima relata que pretende virtualizar os desktops dos 150 funcionários em busca de redução de custos com manutenção e também diminuir o tempo da equipe dedicado a cuidar desses computadores. “Esse é meu maior sonho, mas vai demandar um investimento mais pesado”, diz, sem especificar números ou prazos. Lima conta que está analisando também a contratação do serviço de backup em nuvem da Amazon. Além de armazenar os dados da empresa no storage recém – adquirido e no antigo sistema de fita, a empresa vai ter as suas informações na nuvem. “Vou trabalhar com todas as possibilidades para evitar acidentes. O meu desafio é arrumar a casa”, arremata. *Este case foi publicado na Revista CRN Brasil, edição de Novembro/2009, por Vinicius Cherobino.