Analista da Forrester detalha o DaaS e traça tendência para virtualização de desktops em ambientes corporativos
Nesta semana, a VMware anunciou a compra da Desktone, provedora de desktop como serviço (ou DaaS, na sigla em inglês). Apesar da sigla não ser muito recorrente na esfera da nuvem, David Johnson, analista da Forrester Research, vem observando esse mercado dentro da infraestrutura de desktop virtuais (VDI) há dois anos, e considera que a transação trará boas notícias para clientes de ambas as companhias.
Em recente pesquisa realizada pela consultoria na América do Norte e Europa no terceiro trimestre deste ano, 11% dos executivos disseram ter intenção de implementar DaaS nos próximos 12 meses, acima dos 5% que responderam essa opção em igual período de 2011. Com um prazo de mais de um ano, o percentual salta para 12%, em relação a 7% na mesma base comparativa. Já em relação a VDI on-premise, 10% dos executivos planejam implementar em um ano ou mais, enquanto 12% o farão nos próximos 12 meses.
Mas o que é DaaS, exatamente? “Há um caloroso debate na indústria. A visão da Forrester é que o termo se aplica apenas a desktops com serviço de nuvem hospedado, e conforme as diretrizes da Forrester sobre o que é ou não um serviço em nuvem: uma capacidade padronizada de TI (serviços, software ou infraestrutura) desenvolvida de maneira paga pelo serviço, self-service”, esclarece Johnson no blog da consultoria.
O especialista escreve que a economia de DaaS é um desafio significativo para os provedores de serviço porque os CIOs tendem a comparar o custo do DaaS com as despesas de desenvolver e manter PCs físicos. Quando os clientes mudam para um serviço hospedado de desktops, a experiência do usuário requer otimização de diferentes partes da tecnologia versus um servidor web. Há uma barreira substancial de custo para a adoção do DaaS, que é a licença Windows para desktop. Tirando isso, manter os custos baixos e a experiência do usuário alto exige uma infraestrutura otimizada tanto para a performance de desktop do Windows quanto totalmente automatizada no ciclo de vida, da criação à eliminação de arquivos – incluindo escalar o desempenho. “Isso é muito difícil de alcançar e ainda se encaixa em portais existentes e frameworks de provedores de serviço”, expõe.
Por fim, se o CIO está considerando adotar VDI, é a hora de considerar DaaS também. Johnson argumenta que o DaaS transforma o que seria grandes CapEx e OpEx ao longo de vários anos, de abordagem VDI tradicional, em uma iniciativa puramente OpEx. Não é barato com instâncias Windows desktop oscilando em torno de US$25 a US$ 30 por mês no low end ou mais de US$ 80 por mês em high end (dependendo do armazenamento, CPU e alocação de memória, ou quaisquer aplicativos extras e serviços de gestão), mas com o papel da área de trabalho do Windows alterando para mais e mais trabalhadores, é um preço que cada vez mais empresas estão dispostas a pagar. “Esperamos que as economias de escala e os efeitos da concorrência continuem a baratear o custo”, afirma.
Com a adoção de VDI e modelos baseados em servidores compartilhados, somar o DaaS é dar aos funcionários a liberdade de escolher entre diferentes computadores e dispositivos, como Macs, Windows 8.x tablets, conversíveis ou até mesmo iPads, ainda com o acesso a um ecossistema Windows com gestão, quando necessário. “DaaS pode ser uma maneira realista de desbloquear o potencial do BYOD [sigla em inglês para 'traga seu próprio dispositivo'], enquanto mantém auditorias e burocracias na cola”, conclui.
Fonte:
informationweek.itweb.com.br