Segundo especialistas, a Network Function Virtualization se tornará imprescindível nos próximos anos para permitir visão global da infraestrutura.
Nuvens e Software Defined Networks (SDN) andam de ma?os dadas. A norma principal da SDN, o protocolo Open Flow, nasceu e ganhou força nos grandes centros de dados - por exemplo, os da Google. E ha? fortes ambiço?es para levar os seus conceitos para o resto do tecido empresarial e isso ja? começa a acontecer.
De acordo com Brian Levy, da Open Network Foundation, um dos principais benefi?cios comprovados do modelo SDN e? proporcionar “conhecimento e visa?o global sobre toda a infraestrutura possibilitando tomar deciso?es realmente inteligentes”. Contudo, ha? outro conceito que se tornara? mais importante para o setor das TIC nos pro?ximos anos, a Network Function Virtualization (NFV), com a qual se pretende aproveitar o que se aprendeu com a virtualizaça?o da infraestrutura. Neste caso, trata-se de virtualizar as funço?es de rede.
Nas organizaço?es, “tivemos ma?quinas com volumes de trabalho pouco eficientes, subutilizadas e pretendeu-se partilhar todos esses recursos por toda a infraestrutura. Agora estamos adotando essa ideia e a aplicando-a a?s funções de rede, nos routers, nos firewalls e em outros elementos e ‘appliances’ dedicados na rede”, diz.
Isto resulta em uma mudança fundamental. “Estamos evoluindo de um mundo onde a capacidade de expansa?o era vertical, no qual e? necessa?rio acrescentar uma nova caixa para fazer qualquer coisa, para escalar ou para acrescentar novos recursos”, diz Levy.
O cena?rio em formaça?o e? caracterizado, sobretudo, pela possibilidade de criar milhares de ma?quinas virtuais e de expandir, com a adiça?o de mais capacidade oferecida por uma ma?quina virtual em paralelo, dentro de outro ambiente de computaça?o.
“Sera? uma mudança fundamental na estrutura das redes que em poucos anos sera?o muito diferentes daquilo que sa?o hoje”, prevê Levy.
A transformaça?o resultante devera? proporcionar maior agilidade da infraestrutura de comunicaço?es tanto nos operadores como nos clientes, de acordo com Derek Granat, da Extreme Network. Logo, isso devera? facilitar a rapidez de provisionamento e o alinhamento da qualidade de serviço. Este responsa?vel tem so?lidas du?vidas sobre a possibilidade de reduça?o de custos. Isso pode acontecer no âmbito operacional (OpEx), mas no investimento (CapEx) na?o e? ta?o certo, afirma Granat.
“Ha? seis ou 12 meses, dizia-se que as SDN iam ‘comoditizar’ os switches do plano de encaminhamento e isso simplesmente na?o e? verdade. Para se ter determinado ni?vel de experiência de utilizaça?o no cliente, precisamos de switches com buffers, com cabos espessos, com um sistema operacional rodando na pro?pria ‘caixa’. E para a centralizaça?o do controle e? preciso ter um controlador maior do que o dos switches”, explica.
Contudo, segundo Brian Levy, o racioci?nio deve ser diferente e passa pelo aumento exponencial de dados a percorrerem as redes, mesmo com o crescimento das mesmas. “Na?o e? uma equaça?o equilibrada, e o que precisamos fazer e? reduzir o custo por bits transportados. As SDNs ira?o permitir isso de uma maneira muito, muito eficiente”, responde.
Marc Latouche, da Cisco, admite os benefi?cios da centralizaça?o da gesta?o de rede proporcionada tambe?m pelas tecnologias e pelo conceito SDN – para as quais a fabricante tem uma abordagem pro?pria. “Em um cliente, fomos capazes de levar a rede a suportar mais 30% de tra?fego, usando a mesma infraestrutura, com a centralizaça?o de algumas funço?es e planos de controle”, relata. Mas, na sua opinião, ha? funço?es muito bem realizadas por "appliances" e suportadas por "Application-Specific Integrated Circuits" (ASICs).
“Quando falamos em centralizaça?o isso na?o significa ter um ponto u?nico de falha, na?o significa ter uma u?nica coisa”, ressalva Brian Levy, da Open Network Foundation. Segundo ele, e? na resiliência que devera? ocorrer uma importante mudança em toda a arquitetura de rede.
“No mundo da SDN e da NVF, podemos ter milhares de instâncias de um elemento, juntas, formando os componentes da rede. Se um deles falhar, perde-se um pouco da capacidade mas na?o se perde o elemento inteiro e pode-se recriar esse componente”, explica. A nova arquitetura pressupo?e a criaça?o do que Levy chama de “cadeias de serviços”: trata-se de “um conjunto de ma?quinas virtuais alinhadas para criar um serviço”. Tanto pode ser de firewall como de detecça?o de intruso?es, ou de outros elementos de rede.
“Pode englobar os elementos de computaça?o e tambe?m os elementos das aplicaço?es nos servidores. Ha?, face a? rede, uma sobreposiça?o controlada por um controlador muito resiliente”, explica.
Fonte
Computerworld