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A importância da TI nas estratégias de negócio

Tenho participado de inúmeros eventos com CIOs e gerentes de TI e observo, com apreensão, que muitas empresas ainda olham e agem como se a área fosse meramente operacional. Desta forma, acabam podando as iniciativas inovadoras dos CIOs. Além disso, também há certa relutância por parte de alguns destes profissionais em adotar novos conceitos e tecnologias. Entretanto, é inevitável buscar a inovação – ela é considerada a principal responsável pelo aumento das receitas das empresas nos próximos anos. Na prática, com o contínuo aumento da competição causada pela globalização e a crescente digitalização da sociedade, a simples busca por maior produtividade e custos menores tornou-se básica, uma obrigação para se manter no mercado, embora insuficiente para melhorar sua competitividade. A globalização exige que as empresas brasileiras, para serem competitivas, mantenham-se, no mínimo, em igualdade de condições tecnológicas com seus concorrentes externos. Os sinais de fumaça, indicadores que as mudanças são inevitáveis, estão aparecendo em todos os lugares. O cenário de negócios, em consequência, está cada vez mais complexo e instável. O resultado é a deterioração dos resultados em muitas empresas e o aumento significativo da possibilidade destas e, às vezes, do próprio setor onde elas operam, sofrerem uma ruptura tecnológica que vai afetar a sobrevivência. Como a tecnologia está cada vez mais inserida no negócio, podemos até nos arriscar a dizer que no futuro não teremos mais “TI fazendo parte do negócio”, mas “o próprio negócio sendo TI”. O tempo em que existia um setor de TI isolado, definitivamente, já passou. As empresas que ainda estão no estágio de buscar alinhamento entre TI e negócio perderam o trem. Ele já saiu da estação e elas tem que dar um salto de escala para se reposicionarem. Questão de sobrevivência. Para recuperar o tempo perdido, a postura relutante tem que ser transformada em ações proativas. Os CIOs devem atuar como advisors, direcionando as estratégias digitais da corporação e identificando quais tecnologias farão diferença competitiva. Esta é uma mudança e tanto. De maneira geral, com uma TI com postura operacional, as empresas fazem seu plano estratégico e, então, escrevem o famoso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Agora, não é mais possível pensar em estratégias de negócio sem TI, pois uma se confundirá com a outra. Apesar dos desafios, os CIOs estão muito bem posicionados para cumprirem este novo papel. TI é uma área que já consegue visualizar toda a empresa. Uma área de TI que implementou um ERP ou outros sistemas já teve contato com a maioria dos processos de negócio. É uma posição privilegiada, que não pode e nem deve ser desperdiçada. Contudo, é importante que o CIO desenvolva novas capacitações e habilidades, indo além do conhecimento das tecnologias. O CIO não deve assumir mais o papel de CTO e gastar a maior parte de seu tempo com fornecedores em discussões técnicas. Deve estar engajado em debates com executivos de negócio, estratégias da empresa e ameaças e riscos que afetam seu setor de indústria. Deve ser fluente na linguagem do negócio e não em terabytes, siglas de servidores e versões de sistemas operacionais. Deve saber vender a tecnologia como meio de inovar os negócios, ou seja, habilidades de apresentação, evangelização e motivação são importantes. É uma mudança de mindset e vai exigir, para os CIOs com viés mais técnico, um esforço significativo. Por sua vez, a empresa deve reconhecer o papel estratégico de TI em seu negócio e posicionar a função adequadamente. Uma TI subordinada a uma gerência financeira ou operacional vai se concentrar nos custos e, dificilmente, terá margem de manobra para influenciar e implantar inovações que afetarão toda a empresa. A função passa, automaticamente, a ter muito mais responsabilidade, pois agora é parte essencial da própria definição das estratégias do negócio. Deixa, então, de ser uma simples operadora de processos automatizados. Assim, aquele PDI, que simbolizava uma área de TI sempre em stand by, à espera das definições estratégicas, passa a ser a estratégia do negócio. O rápido avanço tecnológico não permite descanso. A tecnologia de ponta de hoje estará comoditizada em pouco tempo e as janelas de oportunidade abrem e fecham com muita rapidez. Apenas as empresas que reconhecerem a TI no nível estratégico conseguirão se manter competitivas na sociedade digital. TI deixa de ser um setor, para ser a própria empresa. Ou pelo menos estará inserida dentro dela. Fonte IDGNOW

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