Estimativas mostram que a carga de trabalho realizada em servidores virtuais aumentará este ano, passando de 40% para 55% A virtualização continua sendo a bola da vez. Pelo menos, é o que aponta a última pesquisa do Gartner com 1.586 CIOs de 41 países. Na lista destes profissionais, ela aparece como a prioridade número um. Num ambiente de TI cada vez mais complexo, em que o custo total de propriedade (TCO, na sigla em inglês) acumula-se durante os anos, as empresas estão pensando cada vez mais em terceirizar o processamento de suas aplicações. Tudo seria simples se envolvessem apenas planilhas de custo. Mas, na hora H, a decisão de terceirizar processamentos estratégicos de um negócio tem impactos muito sérios na vida das empresas. Contudo, ao que parece, o mercado chegou a uma bifurcação, um ponto em que as decisões dos gestores podem trazer mudanças profundas no modo de gerenciar a infraestrutura. Todo esse movimento atinge em cheio o segmento de data center. As estimativas mostram que a carga de trabalho realizada em servidores virtuais aumentará este ano, passando de 40% para 55%, segundo estudo do Gartner. Será que, no Brasil, o mercado está preparado para essa mudança? Quais as etapas críticas de um processo de virtualização? Quais os desafios? Como fica a questão da segurança? Quais os pontos positivos e negativos da virtualização? Os fornecedores deste tipo de serviço estão preparados para atender à demanda Por outro lado, será que os possíveis clientes conhecem as vantagens e os riscos da mudança? Estas e outras perguntas serão respondidas na série de quatro matérias que o IT Web publica a partir desta segunda-feira (8/3/2010). Segundo análise de especialistas entrevistados, a situação tecnológica do Brasil não está muito distante do ambiente internacional. No entanto, o mercado nacional ainda tem uma série de dúvidas sobre a solução “fora de casa”. “Quando falamos em virtualização de servidores, podemos dizer que os data centers brasileiros já estão em estágio bastante avançado”, opina Alexandre Duarte, gerente de tecnologia da Quest Software Brasil. Segundo ele, por causa do forte impacto da economia de recursos e espaço físico, a grande maioria dos provedores já adotou esse tipo de solução. Segundo ele, trata-se de uma questão de sobrevivência nesse nicho, pois os data centers que trabalham com servidores virtualizados em sua infraestrutura ganham flexibilidade e agilidade na entrega de serviços, podendo entregá-los a um menor custo. Fator cultural No entanto, os possíveis clientes talvez não pensem com tanta tranquilidade no assunto. Por aqui, ainda se acredita que santo de casa é que faz milagre. Existem áreas em que a proposta de mandar as aplicações estratégicas “trabalhar” fora de casa é vista com sérias ressalvas. “A migração de ambientes ativos e de missão crítica para ambientes virtualizados ainda é estudado com cautela”, afirma Fernando Zangrande, gerente de outsourcing da Locaweb. Segundo ele, essa posição se deve mais aos investimentos realizados no passado do que a questões tecnológicas. Ou seja, nessa hora o legado é mais do que herança. As empresas investiram muito em seu parque instalado para pensar em mudar tão radicalmente de uma hora para outra. Mas é claro que ainda poucos CIOs dos segmentos financeiro e bancário arriscariam seu pescoço recomendando servidores ‘fora de casa”. E eles têm toda razão: a questão da segurança não pode ser deixada de lado. No entanto, parece que algo começa a mudar. “Já temos bancos de médio porte que estão aderindo à virtualização para ambientes secundários de back-office e até mesmo para ambientes de missão crítica como internet banking, frente de caixa, dentre outros”, revela Zangrande, sem citar os nomes dos clientes. A questão é que, usando os recursos da virtualização, algumas questões de segurança passam a ter soluções bem mais simples, como a implementação de mecanismos de backup, recuperação de desastre e tolerância a falhas. Esses processos se tornam menos onerosos e mais rápidos, uma vez que a camada de software (sistemas operacionais e aplicações) de um data center virtualizado passa a ser totalmente independente do hardware físico. De qualquer forma, além do fator cultural, existem as dificuldades inerentes à própria migração. “Os passos mais críticos de uma virtualização estão em seu desenvolvimento”, revela Tim Cardoso, diretor de ITO da HP Enterprise Services, área de serviços da HP. “A criação do projeto é a fase mais importante, pois garante que todo o ambiente atenderá aos requisitos e necessidades do cliente”. Para que um projeto tenha sucesso, alguns pontos devem ser considerados: os requerimentos, a compatibilidade das aplicações em ambiente virtual, o desempenho e a disponibilidade. Sem isso, nada se faz, nada se cria. É o que veremos nas próximas matérias da série. FONTE: http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=65997&utm_source=newsletter_20100308&utm_medium=email&utm_content=Especial+virtualiza%C3%A7%C3%A3o:+o+momento+%C3%A9+agora&utm_campaign=ITWebDirect,